quarta-feira, 15 de julho de 2015

Artigo Técnico - Tamanho do Yorkshire

Tamanho do Canário Yorkshire?
Autor: Claudemir Martins Soares
Biólogo, MSc. Em Produção Animal e Dr. em Ciências Ambientais
Membro do COM – Clube Ornitológico de Maringá e YCCB – Yorkshire Canary Club do Brasil
Artigo publicado na Revista do Clube Ornitológico de Maringá em 2015 

No Brasil cada vez existe mais concordância em torno do padrão do canário Yorkshire principalmente em ralação a posição, plumagem e desenho. Entretanto, se existe algo que ainda precisa ser devidamente debatido e esclarecido para que haja um consenso entre os criadores da raça é em relação ao tamanho do Yorkshire. O questionamento surge quando se vê o padrão dado pelo Yorkshire Canary Clube (YCC)1 da Inglaterra, país detentor do padrão dizer claramente: comprimento com cerca de 6 3/4 polegadas com correspondentes proporções simétricas. Esta medida corresponde a 17,145 cm como tamanho sem citar como sendo o mínimo o que dá a impressão que o adequado seria em torno disso. Por outro lado, os padrões estabelecidos em alguns países, inclusive no Brasil, citam o mínimo de 17 cm sem limitar o tamanho máximo. O fato é que, na prática, em vários países, entre eles Inglaterra e Itália, o que se tem visto é que os vencedores dos concursos nos últimos anos os pássaros que tem vencido são perfeitos quanto ao padrão, mas apresentam um tamanho em torno de 20 cm, o qual é superior ao citado no padrão COM. O que indica que existe uma tendência mundial para pássaros maiores desde que tenham boas características nos três quesitos principais para raça: posição, plumagem e bloco com a necessidade de manter equilíbrio e harmonia. Diante deste fato se fica a impressão que o padrão do Yorkshire poderá sofrer esta discreta mudança para pássaros ligeiramente maiores porem com proporções simétricas como preconiza o padrão Golding.
Quando vemos o “standart” da raça2 fica evidente que o que deve prevalecer é a melhor posição (25 pontos), plumagem (25 pontos) e cabeça (20 pontos) sendo os itens com maior pontuação, ficando o tamanho em terceiro plano, valendo 10 pontos. Realmente não podemos negar que um pássaro maior, porém, dentro do padrão nos demais quesitos, com ótimas características de posição, plumagem e cabeça acabam tendo um diferencial o que o Juiz Inglês Brian Keenan definiu como um “plus” que só seria considerado e daria alguma vantagem na pontuação em casos de dois pássaros idênticos dos demais quesitos do padrão, porém com um deles um pouco maior que seria mais bem pontuado. Por outro lado um canário, mesmo que menor, porém ser for melhor nos quesitos mais importantes no padrão receberá melhor pontuação que um maior que seja inferior nestes quesitos.
O risco que corremos é que nos julgamentos e na criação do canário Yorkshire no Brasil ocorra uma busca pelo tamanho maior mesmo em detrimento ao padrão. Existe também o perigo de inicio, e que deve ser minimizado com o tempo de ocorrer discrepância nos regionais, de se dar preferência aos maiores mesmo com pássaros menores (acima dos 17cm) porém, superiores quanto ao padrão. O contrário também ocorre com alguns indivíduos que estão na nível atual dos melhores representantes da raça, ou seja, canários volumosos, mas com posição, plumagem e cabeça espetaculares sendo desclassificados por serem grandes. Bem se voltarmos à planilha de pontuação fica evidente que o tamanho não deveria prevalecer no julgamento. Qual a solução? É preciso que criadores e juízes entendam que o que deve prevalecer é posição, plumagem, cabeça e elegância e que estas devem sempre estar em primeiro plano.
Bem sabemos que toda mudança acaba sendo de forma gradual. Embora o padrão Golding venha sendo adotado pela FOB desde 2005, ainda existe uma evidente necessidade de adequação dos juízes e criadores a estas mudanças. Ainda há quem tenha, na cabeça, como modelo um canário mais longo, com “menos caixa”, cauda reta com o corpo e com forma de cenoura reta. Atualmente as avaliações em alguns concursos parecem envolver mais o gosto pessoal, determinado há anos atrás, do que o padrão em vigor. É preciso termos em mente que houve uma franca mudança ao longo do tempo nesta raça tendo no Brasil nos últimos 15 anos tipos bem diferente como o Yorkshire continental e o Golding atual.
É preciso aceitar estes fatos descritos acima, mas também é preciso buscar meios que agilizem esta adequação para o bem da raça que criamos. Acredito que o caminho é buscarmos a sintonia, troca de informações e aprimoramento entre os criadores e também a um contato mais próximo com os juízes para discussões sobre os julgamentos.

1(http://yccuk.com/modelpoints.html)

2(http://yorkshirecanaryclubbrasil.com/index.php?yccb=nav/standard)

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